domingo, 7 de outubro de 2012

ENTREVISTA COM CARLOS CAPIVARA




ENTREVISTA CONCEDIDA POR CARLOS ALEXANDRE LIMA “CAPIVARA”
ENTREVISTADOR:
EMÍDIO JOSÉ ALVES DE SANTANA
PROFESSOR DE XADREZ REGISTRADO NO CREF
PÓS GRADUADO EM ESPORTE ESCOLAR – UNB
LICENCIATURA EM MATEMÁTICA E BIOLOGIA –FFPP
PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO SANFRANCISCANA DE XADREZ

Carlos Alexandre Lima ou simplesmente, Carlos Capivara! Sim senhor. Tem o título de árbitro nacional com arbitragens e organizações em muitas competições. Ele foi o coordenador da fase final das Olimpíadas Escolares 2012 em Pernambuco.
O apelido de Capivara, do qual se diz orgulhoso, contrasta com o seu vasto currículo de títulos em competições. É uma pessoa muita querida no Xadrez Pernambucano e possui um grande lastro de amizade na comunidade enxadrística do Brasil.
Fez parte da FPEX - Federação Pernambucana de Xadrez de 2000 a 2009. Entre os principais títulos destacamos: campeão pernambucano ativo (2002 e 2006), tetra campeão de jovens de Pernambuco  (até 26 anos), campeão do dia do trabalhador 2009 e 2010 na cidade de água preta,  1ª e 3ª Taça Vicente Pinzon em Suape e Gaibu, campeão do Torneio 1º Reino de Caíssa Relâmpago, em João Pessoa-pb no ano de 2009.
Hoje ele é assessor político na cidade de Água Preta –pe. ,e, apesar do seu tempo escasso, acha que está na hora de fazer o caminho de volta ao xadrez,  a pedido da saudade.

1-Por que você deu um “time out” no Xadrez Pernambucano?
- Percebi que, ou eu estava fazendo mal ao xadrez, ou estavam pensando assim. Descobri que realmente pensavam isso. Constatei que não fazia mal nenhum e resolvi voltar para continuar ajudando.
2-Em que pese os seus afazeres profissionais, existem algumas questões  pessoais no seu afastamento por completo do meio enxadrístico de Pernambuco?
- Tenho muitas ocupações no meu trabalho atrelado a muita responsabilidade, mas nada que me impeça a ajudar o xadrez. Apesar da distância da capital, sabemos bem que nunca foi um impedimento para mim, a distância entre os Pólos de xadrez, pois sempre me fiz presente. Existe sim, alguns pontos pessoais que me afastaram e me afastam da direção do xadrez no Estado. A falta de confiança e a traição por parte de alguns me fizeram distanciar.
 3-O que representa Marco Asfora para você?
- Um ponto de referência, pois hoje sou o que sou no xadrez por que ele me ajudou, encaminhou e me ensinou muito. Eu o considero um dos melhores jogadores do Nordeste em todos os tempos.
4-Como está o xadrez escolar em Água Preta e quando teremos grandes eventos por lá?
- Infelizmente o xadrez em Água Preta não está nem perto do que eu e o prefeito Eduardo Coutinho desejaríamos. Alguns fatores influenciaram para isso. Tivemos duas enchentes que devastou a cidade, causando muita destruição às pessoas. Apesar de termos algumas atividades e xadrez em todas as escolas (urbanas e rurais num total de 63), ainda não temos professores capacitados, mas se Deus permitir, com a esperança da eleição teremos um grande Pólo enxadrístico em nossa região com grandes eventos. 
5-Quando o xadrez será reconhecido como uma grande janela de marketing?
- Quando conseguir atrair para o meio enxadrístico, a mídia e público.
6-Como analisa  a gestão do Presidente Byron Veras à frente da FPEX?
- Tenho muita admiração por Byron. Ele é muito experiente em termos de Federação. Sempre vi que tínhamos uma sobrecarga nas costas do Presidente  ,e, creio que por esse motivo ainda temos uma visualização exata do trabalho que vem sendo feito.
 7-Quais foram as suas maiores conquistas no xadrez?
- Nestes 17 anos de arbitragem, tenho o titulo de arbitro nacional. Fui coordenador de Jogos Escolares e de Jogos Universitários. Muitos torneios ganhos me fazem ter boas lembranças de sucesso no xadrez, porém as maiores conquistas é conseguir firmar amigos em todos os lugares por onde passo.
8-Há rumores da criação de uma nova Federação para gerir o xadrez Pernambucano, em face do grande déficit da FPEX com a CBX, oriundas de administrações passadas. Você acha uma idéia plausível?
- Não acho uma boa idéia. Vai que a moda pega e todas as Federações criadas adquiram diversos débitos por maldade de seus dirigentes...  Fechando as mesmas e abrindo outras, não funciona.
9-Defina com as suas próprias palavras o que é xadrez?
- Xadrez é um alívio para os momentos de solidão.
10-Conte-nos algum fato pitoresco da sua vida enxadrística?
- Já vivi várias situações nesses anos de xadrez. Creio que as reuniões para eleição da Federação foram sempre marcantes, seja pelas confusões ou pelas escolhas erradas. (sem detalhes). A mais curiosa sem duvidas, foi quando iniciei... Cheguei na escola um certo dia próximo as férias, e, quando olho no mural vejo o anuncio  ensina-se a jogar xadrez”.   Encaminhei-me ao professor e perguntei como faria para participar, e ele me perguntou – Você  já joga? – eu respondi que não, e o mesmo me disse que só ensinava a quem sabia... kkkkkkkkkkkkkk Achei hilário isso.
 11-Fale da sua volta à Coordenação dos Jogos Escolares.  
- Após quase 2 anos, estou de volta a Coordenação dos jogos. Lembro-me que quando comecei há 17 anos, acompanhei muitos jogadores que hoje são adolescentes ou até mesmo professores. Esse foi um dos motivos que me fez voltar, além dos vários pedidos de professores para que isso acontecesse.
12-Como você viu o nível técnico apresentado pelos atletas nestes Escolares?
- Bom. Agora tem muito a melhorar para chegar jogando bem no Brasileiro.
13-Quem em sua opinião foi o maior enxadrista mundial de todos os tempos? E em nível de Brasil e Pernambuco?
- Mundialmente falando, eu creio que kasparov e Fischer foram os maiores pelos seus feitos, e um dia poderão ser ultrapassados, mas nunca superados.  No Brasil, pela historia Mequinho e pelos feitos Vescovi. Em Pernambuco, pela história Marco Asfora e pelos feitos Luis Tavares.
14-O que você achou da titulação de Mestre Internacional para Yago Santiago.  Você acha que ele será um Grande Mestre Internacional?
- Fiquei muito feliz pela titulação mais que merecida, até por que fiz parte desta história. Ele sempre teve o pensamento fixo nas titulações e pela sua dedicação chegará sim a Grande Mestre.
15- Como originou o apelido Capivara? Você se orgulha desse quase nome?
- Em 1998 joguei o meu primeiro torneio fora do mundo escolar. Os abertos de jogos de salão eram realizados no Shopping Recife e organizados pela FPEX, onde no ato das inscrições poderíamos colocar apelidos.
Então eu e um colega combinamos que colocaríamos Capivara 01 e Capivara 02. Sendo assim fiz a minha parte, fazendo a inscrição como Capivara 01, só que o malandro do meu amigo  não cumpriu o trato, ficando na listagem de inscritos somente o Capivara 01.
Fiquei em 7º lugar no torneio com aproximadamente 72 participantes, ganhando  a premiação de melhor iniciante.  Instaurou-se a gozação quando anunciaram a entrega do premio para Capivara 01.  No salão do shopping ouviu-se um uníssono kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
Passaram-se algumas semanas e fui pela primeira vez na Academia Pernambucana de Xadrez, onde aos sábados aconteciam torneios de xadrez relâmpago. Ao entrar no ambiente, Otavio Araujo, então Vice Presidente da FPEX, disse:  
- Olha o Capivara! Como é o seu nome?
Respondi: – Carlos e ele falou:– Então tá Carlos Capivara!
E assim foi... Me orgulho muito desse cognome, pois consegui elevar o nome Capivara para um nível nunca sonhado antes.
 
16-Você tem algum agradecimento a fazer ao xadrez?
- Gostaria de agradecer a todos que fizeram parte da minha história, em especial a algumas pessoas: Marco Asfora, pelo aprendizado e oportunidades ofertadas a mim. Ronaldo, amigo de rua que me ensinou a jogar. Antonio Bento, pelas ajudas e Luis Lima pelo maior conselho enxadrístico que já recebi.

Um comentário:

  1. Gostei da entrevista, Capivara. Gostei mesmo! Você foi sincero e com muito equilíbrio. Você é uma das pessoas que mais colabora com o nosso Xadrez e, mesmo com as dificuladdes, espeo que continue assim, ajudando. Meus parabéns. Valeu! Ribamar

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